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  • Frank, Anne [Dicionário Global]

    Frank, Anne [Dicionário Global]

    Annelies Marie Frank, filha de Otto Frank e Edith Holländer, nasceu a 12 de junho de 1929 em Frankfurt, na Alemanha. Cresceu no seio de uma família de classe média judaica, sendo uma jovem alemã que viveu durante a Segunda Guerra, no meio de um ambiente hostil, devido ao Nationalsozialistische Deutschmark Arbeiterpartai (NSDAP, partido Nazi liderado por Hitler).

    A sua vida foi por si retratada num diário, muitas vezes referido como The Diary of a Young Girl, ou Het Achterhuis (O Anexo), mais conhecido como Diário de Anne Frank. Foi escrito durante os anos em que permaneceu escondida, juntamente com a família e conhecidos desta, dos serviços secretos alemães, desde 1942 até agosto de 1944. O seu testemunho tem grande valor ao nível dos direitos humanos, por expor a situação de perseguição política ditatorial feita aos judeus no tempo do Shoah (Holocausto), assim como serve de reconhecimento da memória consciente de uma criança que, não obstante as circunstâncias da sua vida, nunca perdeu a ingenuidade típica de uma jovem da sua idade. O diário fora-lhe oferecido pelos seus pais no seu décimo terceiro aniversário, tendo-se Anne apegado bastante a ele, chegando a afirmar que “O papel tem mais paciência do que as pessoas” (FRANK, 2015, 21). Nos seus primeiros relatos, Anne fala acerca da sua escola e da vida em família, e é nestes primeiros testemunhos que se começa a perceber a sua personalidade e a sua forma de viver antes do Anexo e, mais tarde, de Westerbork, Auschwitz-Birkenau e Bergen-Belsen.

    O seu pai era um homem de negócios oriundo de uma próspera família de banqueiros em Frankfurt. Provinha de judeus liberais e lutou no Exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. A sua mãe pertencia a uma família abastada da indústria. Os Frank viviam numa comunidade judaica e não judaica rodeados por várias religiões. Investiram bastante na educação das suas duas filhas, Anne e Margot. Anne viveu em Frankfurt até aos quatro anos de idade, contudo, em meados de agosto de 1933, devido ao antissemitismo emergente, a família decidiu emigrar para os Países Baixos. Otto Frank emigrou para Amesterdão com o intuito de encontrar um lugar onde viver com a família, bem como de abrir a filial da companhia Opekta, da qual era diretor e proprietário. Nesse mesmo ano, Margot e Anne foram para Aachen, onde ficaram com a sua avó, Rosa Holländer-Stern. Pouco tempo depois, entre dezembro desse ano e fevereiro do ano seguinte, as crianças regressaram para junto dos seus pais, na Holanda, onde Anne frequentou o jardim de infância de Montessori até ao 6.º ano.

    Em 1940, Anne entra para o Liceu Judaico, que a sua irmã também frequentava. Neste período, a situação política agravou-se por ação da perseguição aos judeus. Consequentemente, a sua avó teve de ir morar com os Frank, contudo, por motivos de saúde, acabaria por falecer dois anos mais tarde. Anne descreve no seu diário que esses tempos foram repletos de ansiedade e inquietação, chegando a afirmar que “A nossa liberdade foi severamente restringida por uma série de decretos antijudeus”(FRANK, 2015, 23) e enumerando a quantidade de coisas que os judeus estavam proibidos de fazer, de modo a criar uma espécie de separação que excluía cada vez mais os judeus da vida pública. O seu amigo Jacque dizia-lhe que “Já não me atrevo a fazer seja o que for, pois tenho medo de que seja proibido” (VON BENDA-BECKMANN, B. (2023). 23).

    Num outro livro intitulado Na het Achterhuis (na tradução portuguesa, Depois do Diário: A História nunca antes Contada sobre O Que Aconteceu a Anne Frank e aos Outros Clandestinos do Anexo depois de Terem Sido Capturados), Otto refere a preocupação que tinha relativamente à situação política, chegando a desabafar que se via “forçado a ansiar pela emigração, e, pelo que vejo, o único país para onde podemos ir são os Estados Unidos” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 31), o que, porém, não sucedeu. Apesar da constante preocupação e inquietação, Anne continuou a ser um espírito livre e alegre. No diário, ela conta histórias de quando, na aula de Matemática, o seu professor, Sr. Kessing, a repreendia por ser tagarela, referindo dois textos que teve de escrever: o primeiro com o título “Uma tagarela incorrigível”, e o segundo intitulado “Quá, Quá, Quá, disse uma menina tagarela” (FRANK, 2015, 27).

    A 5 e 8 de julho de 1942, o seu pai e a sua irmã recebem a convocatória das SS, a organização de opressão do Estado alemão (Schutzstaffel, “Esquadrão de Proteção”), que impunha o terror e a constante vigilância na Alemanha nazi. Nesse momento, a família Frank, juntamente com a família Van Dan Pels (Herman, August e Peter), decide que estaria na altura de se mudarem para um esconderijo secreto que ficava no edifício do escritório de Otto, na R. Prinsengracht, n.° 263, onde trabalhavam Miep Gies, secretária filial da companhia de Otto, Johannes Kleiman, que pertencia à companhia há já 20 anos, Vitor Kugler, que trabalhava na Opetka desde 1933, e Bep VosKuijk, que trabalhava nos escritórios desde 1937. Os primeiros a mudarem-se para o anexo foram os Frank, a 8 de julho de 1942, seguidos dos Van Pels, a 13 seguinte. O último membro a juntar-se ao anexo, a 10 de novembro de 1942, por convite dos Frank, foi o médico Fritz Pfeffer (referido por Anne como Albert Dussel), que viria mais tarde a ser colega de quarto de Anne, ao qual ela se refere como um motivo da sua inquietude, devido à falta de privacidade e ao seu desejo de liberdade.

    O prédio tinha três andares e era composto por escritórios, armazéns, sala de moagem de especiarias e uma casa adjacente, construída nas traseiras do escritório, com uma escada que ligava os escritórios do primeiro piso e o segundo andar à entrada desse anexo com o segundo piso, o que permitia que Miep, Johannes, Vitor e Bep os ajudassem sem que fossem vistos. A entrada do anexo era disfarçada por uma estante de livros giratória. Segundo a descrição feita no diário, sabe-se que a família Frank se mudou para lá 10 dias antes. Anne escreve sobre a ida para o anexo a 8 de junho de 1942 e refere que “Às sete e meia também fechámos a porta atrás de nós, Moortje, o meu gato foi a única criatura viva a quem disse adeus”, acrescentando que queriam “apenas sair dali, fugir e chegar ao nosso destino em segurança. Mais nada importava” (FRANK, 2015, 37), o que denota a urgência da situação. Partiram nesse dia sem que ninguém soubesse para onde, especulando que teriam ido para a Bélgica, devido a uma carta que fora enviada pelos Frank.

    A vida dos Frank alterou-se à chegada ao anexo. De início, Anne, como qualquer pessoa, estava reticente com a mudança, mas era preferível permanecerem escondidos a terem de ir para um sítio pior. No entanto, prossegue a apresentar esta sua nova casa à sua recetora de cartas, “Kitty”, a quem diz “Já te apresentei todo o nosso adorável Anexo” (FRANK, 2015, 38). Os seus desabafos são escritos “numa variedade de estados de espírito” (FRANK, 2015, 200) e oscilam entre momentos de raiva interior, devido a conflitos familiares, e ânsias e medo por não saber quando poderia ser livre, questionando-se “Quando é que poderemos respirar novamente ar puro? Não posso pensar assim” (FRANK, 2015, 212), em momentos de introspeção típicos da adolescência e justificados pela tragédia de ter de deixar para trás amigos, familiares e conhecidos, bem como memórias que ela tenta guardar dentro de si, e até mesmo parte de si.

    Os momentos de assombramentos pelo medo de ser levada para os campos de concentração são referidos repetitivamente no seu diário. Num deles, Anne fala de uma amiga e colega de turma da qual era bastante chegada, Hanneli. Refere que a vira num sonho e que ela a olhara com “tamanha tristeza e censura nos olhos enormes, que consegui ler a mensagem neles escritos: – Oh, Anne, porque me abandonaste? Ajuda-me, Ajuda-me, salva-me deste inferno” (FRANK, 2015, 206). São também vários os momentos em que diz sentir-se em perigo: “Estamos rodeados por escuridão e perigo e, na busca desesperada de uma saída, vamos constantemente de encontro uns aos outros. Olhamos para a guerra por baixo de nós e para a paz e a beleza por cima. Entretanto, fomos isolados pela massa escura” (FRANK, 2015, 201).

    As cartas vão sendo intrinsecamente relidas, e é através delas que Anne vai percebendo os diferentes momentos por que passa, chegando a anotar passagens antigas, dos momentos em que se sentia particularmente irritada por coisas banais da vida, como faz na seguinte anotação de 22 de janeiro de 1944, a propósito de uma passagem de 2 de novembro de 1942: “Já não conseguiria escrever este tipo de coisas” e “Compreendo as alterações de humor e os comentários sobre a Margot, a Mamã e o Papá como se os tivesse escrito ontem, mas não consigo imaginar-me a escrever tão abertamente sobre outros assuntos” (FRANK, 2015, 87), fazendo parecer que se trata de problemas típicos de uma adolescente, ao invés da vida de uma jovem em circunstâncias trágicas. Quer isto dizer que Anne vivia um dia de cada vez, como refere amiúde no diário: “Temos sorte em estar vivos”, aspeto que chega a criticar, expressando que, mesmo viva, se sentia infeliz pela falta de privacidade e pela falta de afeto, bem como por não a levarem a sério em família, por ser “brincalhona de mais”, de que é exemplo a seguinte passagem do diário: “Simplesmente não suporto a Mamã, e tenho de me controlar para não estar sempre a responder-lhe torto” (FRANK, 2015, 74).

    A sua irreverência é típica da sua idade. Anne reflete bastantes vezes acerca do amor entre a sua família e sobre o facto de não ser compreendida, por sentir que gostaria de ter uma alma gémea. Era muito próxima do seu pai e sentia por vezes a frieza da mãe, embora nem sempre fosse esse o caso. As relações com as pessoas abrigadas no anexo alteravam-se dependendo do seu humor ou das ocorrências à sua volta. Ao longo dos dois anos que ali permaneceu, Anne foi ficando mais próxima de Peter Van Dan Pels, desenvolvendo uma espécie de amizade, ou talvez mais do que isso. Peter era uma voz de confidência e companheirismo, assim como Margot. No meio de tanta dor e desgraça, Anne conseguia encontrar amor e alegria, como fica visível na seguinte passagem: “Eu precisava de abrir o meu coração a alguém. Queria um amigo que me ajudasse a encontrar novamente o meu caminho. Consegui o que me propôs fazer e atraí-lo, lentamente, mas inevitavelmente em direção a mim. Quando finalmente consegui a sua amizade, esta desenvolveu-se automaticamente para uma intimidade que, agora que penso nisso, me parece chocante” (FRANK, 2015, 435).

    Noutros momentos de reflexão, Anne retorna à sua querida amiga Hanelli, referindo que se sente culpada por não a poder ajudar e por, em dados momentos da sua vida, não a ter compreendido, acrescentando que espera que Hanelli viva “até ao fim da guerra e que regresse para nós, eu possa receber-te e compensar-te do mal que te fiz” (FRANK, 2015, 207). Anne deseja partilhar o esconderijo com a amiga e ajudá-la de alguma forma, uma vez que Hanneli “simbolizava o sofrimento dos meus amigos, assim como dos judeus em geral” (FRANK, 2015, 224), chegando a sentir-se “egoísta e cobarde” (FRANK, 2015, 215) por sentir que tem mais do que os outros e menos do que merece. Anne dá, assim, a voz a outros como ela, de modo a preservar, através da escrita, a vida de muitos que morreram às “mãos” do regime nazi.

    O dia 4 de agosto de 1944 é a data em que tudo muda, sendo a escrita do diário interrompida, assim como o resto das suas vidas. Todos os membros do anexo foram levados pelas SS. Este momento é descrito no posfácio do diário, onde é referido que, após uma hora de investigação, as SS acabaram por descobrir a entrada do anexo. Embora não se saiba em concreto o motivo desta busca, acredita-se que esteja relacionada com a questão da falsificação de senhas, referida por Anne, no diário, em 1944.

    A detenção aconteceu no dia seguinte, tendo os oito sido levados para o centro de Weteringschans, em Amesterdão, onde foram separados por géneros, interrogados separadamente e dados como culpados. Nessa época, a maior parte dos judeus dos Países Baixos já havia sido deportada. Anne e os restantes “clandestinos” foram deportados para o campo de trânsito de Westerbork e depois para Bergen-Belsen. A sua mãe foi transferida de Westerbork para Auschwitz, onde acabaria por morrer em janeiro de 1945, desnutrida e exausta. A sua irmã, de Westerbork para Bergen-Belsen, juntamente com Anne, também ela acabando por morrer de tifo, em fevereiro ou março de 1945. O seu pai foi transferido para o centro de detenção de Weteringschans e, depois, para Westerbork, sendo posteriormente deportado para Auschwitz. Acabaria por ser libertado pelo Exército soviético, regressando, em janeiro de 1945, a Amesterdão, onde mais tarde iniciaria, em vão, a busca pela sua família.

    A família Van Pels teve um destino semelhante. Peter foi deportado de Westerbork para Auschwitz-Birkenau e, mais tarde, durante a transferência de Auschwitz para Mauthausen, acabou por morrer, a 5 de maio de 1945. O seu pai, Herman Van Pels, foi deportado do campo de Westerbork para Auschwitz, onde foi morto no outono de 1944. Auguste Van Pels foi deportada de Auschwitz para Bergen-Belsen e de Buchenwald para Theresiemstadt, desconhecendo-se o local e a data da sua morte. Albert Dussel foi detido e deportado de Westerbork para Auschwitz, onde foi transferido para o campo de Neuengamme em dezembro de 1944, vindo a falecer aí a 20 de dezembro.

    Em Depois do Diário, existem algumas revelações acerca do período passado nos campos de concentração, ou a partir de relatos de pessoas que conheciam o grupo, ou através de histórias semelhantes às de Anne. Aí é referido que, “Após uma viagem miserável de dois a três dias apinhados em vagões de carga, a maioria dos prisioneiros foi imediatamente gaseada à chegada. Os restantes prisioneiros permaneceram em Auschwitz ou foram transferidos para outros campos” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 66). Westerbork era um campo de refugiados para judeus alemães que haviam fugido para os Países Baixos, a exemplo da família Frank, que para aí foi transferida a 10 de agosto de 1944. Este centro estava cercado de arame farpado e tinha sete torres de vigia controladas por guardas das SS. Servia como ponto de trânsito de deportações para o campo de concentração e extermínio de Auschwitz e para os campos de Soliborn, Bergen-Belsen e Theresienstadt.

    Todos os ocupantes do anexo foram considerados “prisioneiros penais” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 75). Nos campos por onde passaram, trabalhavam a montar peças de aeronaves e reciclando papel prateado para armas de guerra. O procedimento do registo dos clandestinos terminava com o exame médico. Depois, estes entregavam as suas roupas e recebiam sacos de linho marcados com os seus nomes, juntamente com um fato-macaco azul com uma ombreira vermelha, que os identificava como casos penais. De seguida, rapavam o cabelo aos homens (por vezes também às mulheres, se tivessem piolhos) e eram-lhes atribuído bonés vermelhos.

    A vida nos pavilhões é descrita como sendo movimentada, trabalhosa e miserável. Dos 15 aos 65 anos, era necessário que todos trabalhassem seis dias por semana, 10 horas por dia. Os prisioneiros de casos penais, grupo no qual se inseria Anne, eram os que tinham menos tempo para “construir uma vida dentro do campo e obter uma posição melhor” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 88), especialmente pelo “endurecimento do regime do campo a início de agosto de 1944” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 89). O trabalho era árduo e, segundo o testemunho de Freda Silberberg, uma sobrevivente, “Os guardas eram frios, frios! Espancavam-nos. Mandavam-nos entrar nalgum lugar e quando saíamos espancavam-nos […] Éramos como objetos a ser destruídos” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 226).

    Um outro testemunho do terror que se vivia nos campos de concentração é o de Ellen Daniel, que explica que “os prisioneiros em Bergen-Belsen desistiram de lutar devido à lamentável combinação de tristeza, caos e fome, doença e frio” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 237). Ellen tinha tido contacto com Margot, Anne e Auguste Van Pels, nos momentos mais lamentáveis das suas vidas, e refere que estavam “muito enfraquecidas”. Sobre Anne, diz que, durante esse período em Bergen-Belsen, estava “exaurida e desesperada” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 237).

    Os restantes testemunhos foram prestados por Rachel Frankfoorder e pelas irmãs Janny e Kientje Brilleslijper, que relatam um outro cenário, referindo que elas “Eram muito determinadas” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 238) e que “Anne era assim: afável, muito espontânea, impulsiva, hiper sensível e de coração aberto. Dizia sempre o que pensava” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 239).

    No seu diário, como já referido, Anne refere amiúde a sua colega Hanneli Goslar, também ela no sternlager (campo de concentração). O reencontro das duas amigas é contado por Irene Hasenberg, que recorda que “a rapariga atirou um embrulho sobre a cerca para Anne, alguém o apanhou e fugiu: Só me lembro que tinham chegado mulheres de Auschwitz, e Hanneli conseguiu descobrir que Anne Frank estava no campo ao lado do nosso, os dois separados por Arame farpado” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 246). As duas amigas conseguiram falar, ainda que brevemente, devido ao estado debilitado de Anne. Nessa conversa, Anne diz que haviam sido atraiçoados por alguém, daí terem sido descobertos.

    Nanette Blitz, igualmente colega de turma de Anne, fala acerca do momento em que se encontrou com Anne no campo de Bergen-Belsen, assim como com Hanneli. Refere que, em fevereiro de 1945, “Anne já estava muito doente […], com sinais evidentes de febre tifoide. Andava nua e esquelética, apenas com um cobertor”, e Margot “estava demasiado doente para se segurar de pé” (VON BENDA-BECKMANN, 2023, 243). Anne acabaria por morrer de tifo, depois da sua irmã, entre finais de fevereiro e princípios de março de 1945. O seu pai, juntamente com os ajudantes do anexo, honraram a sua memória e guardaram o seu diário, fazendo dele um testemunho que mais tarde seria utilizado no projeto da história oral da fundação Anne Frank, criada por Otto Frank.

    Pode dizer-se que Anne e a sua família forem detidos e mortos devido à falsidade e mesquinhez deste mundo. A sua história é um exemplo da humanidade a ser destruída por guerras e infortúnios maldosos, e simboliza a tragédia humana e a injustiça da perseguição aos judeus. O seu diário, bem como os restantes testemunhos, revela as dificuldades, a esperança e a resiliência demonstradas por todo o povo judeu. Falar de Anne Frank não é referir apenas a sua história pessoal, é relembrar também a de todos os que partilham essa mesma história. Através de Anne, percebemos que a liberdade é uma virtude, mas que esta não é totalmente garantida. Neste sentido, Annelies Marie Frank, assim como muitos outros iguais a si, deverá ser tida como uma notável personalidade que perdeu a vida às custas da guerra, que retira e destrói o que existe de bom em qualquer ser: a liberdade e o direito à vida.

    Bibliografia

    Impressa

    FRANK, A. (2015). O Diário de Anne Frank (4.ª ed.). Porto: Livros do Brasil.

    VON BENDA-BECKMANN, B. (2023). Depois do Diário: A História nunca antes Contada sobre O Que Aconteceu a Anne Frank e aos Outros Clandestinos do Anexo depois de Terem Sido Capturados. Alfragide: Casa das Letras.

    Digital

    CORNELSEN, E. L. (2019). “A gênese de O Diário de Anne Frank – Um legado para a humanidade”. Arquivo Maaravi – Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 13 (24), 37-54, https://doi.org/10.17851/1982-3053.13.24.37-54 (acedido a 21.02.24).

    SANTOS, M. M. dos (2012). Um Olhar sobre o “Diário de Anne Frank”. Dissertação de Mestrado. Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, http://hdl.handle.net/10400.12/2607 (acedido a 21.02.24).

    Autora: Joana Sá

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