Sobredotação [Dicionário Global]
Sobredotação [Dicionário Global]
A sobredotação entende-se como um fenómeno essencialmente definido pelas capacidades elevadas, podendo entender-se o talento ou a excelência como a sua expressão. A sobredotação designa pessoas com um potencial de desenvolvimento superior, nomeadamente no campo da inteligência. Tomando um critério estatístico, universalmente partilhado, cerca de 3 a 5% da população apresenta uma inteligência muito superior, seguindo as leis da curva gaussiana de distribuição de algumas características humanas. A sobredotação, como veremos, pode ser percetível a nível intelectual geral, mas também pode descrever produções criativas e desempenhos superiores em diversos domínios da atividade humana (GAGNÉ, 2009; PFEIFFER, 2015; WAI, 2014). Por outro lado, tomando uma perspetiva histórica, a sobredotação deixa de estar confinada na sua definição ao quociente de inteligência (QI), passando a ser mais definida como um constructo multidimensional, inclusive em termos de aptidões intelectuais envolvidas (ZIEGLER & PHILLIPSON, 2012).
Desta forma, a base desta habilidade superior tem sido discutida ao longo dos últimos séculos. Verifica-se um constante debate científico para definir o constructo em questão e, nessa sequência, surgem modelos teóricos que procuram explicar tal fenómeno (Tejera et al., 2017).
Há indícios de que existe uma componente genética na base da capacidade cognitiva geral (HAWORTH et al., 2009) e, por conseguinte, na manifestação da sobredotação (PLOMIN & SPINATH, 2004). Contudo, cada vez mais importa destacar a idiossincrasia, já que as características peculiares de cada pessoa, bem como as respetivas experiências, também têm um papel preponderante no desenvolvimento da capacidade cognitiva, como aliás de qualquer característica psicológica. Em particular, assume-se que o desenvolvimento do potencial cognitivo resulta na interação entre a propensão genética e as experiências e aprendizagens das pessoas ao longo da vida (HAWORTH et al., 2009).
É neste seguimento que referenciamos diversos modelos teóricos da sobredotação, procurando analisar os seus contributos para uma questão clássica de ser a inteligência necessária e suficiente para explicar a sobredotação, tendo isso claras implicações nos procedimentos ou pistas concretas para a sua identificação e atendimento. Considera-se que a maioria dos modelos que abordam a sobredotação se enquadram numa das quatro perspetivas, nomeadamente uma perspetiva mais psicométrica, modelos de desenvolvimento do talento, perspetiva associada à performance, e modelo das múltiplas inteligências (PFEIFFER, 2019). Mesmo dando origem a definições diferentes de sobredotação, estes modelos identificam fatores relevantes a considerar na identificação e apontam estratégias a considerar na educação destas crianças e jovens (PFEIFFER, 2019).
Neste texto, é descrita a teoria dos Três Anéis de Joseph S. Renzulli (1978), que nos fornece uma perspetiva de desenvolvimento da sobredotação a partir da combinação da aptidão, da criatividade e da motivação. Valorizada a criatividade, faz-se alusão ao conceito de Potencial Criativo de Todd Lubart (2018), enquanto abordagem recente da criatividade na Psicologia. Ainda associada ao modelo de Renzulli, destaca-se a Operação Houndstooth, particularmente relevante na orientação das práticas educativas em contexto escolar. De seguida, abordar-se-á o Modelo Diferenciado da Sobredotação e Talento de Gagné (2004), onde se procura explicar a passagem das capacidades (dons) ao desenvolvimento das competências (talentos). Além destes modelos, serão ainda referidos os Modelos Actiotope da sobredotação (ZIEGLER, 2008), que valoriza a relação entre as componentes pessoais e ambientais, bem como o Modelo Tripartido de Pfeiffer (2015).
Modelo dos Três Anéis de Renzulli
Renzulli (1978 e 1986) concebe a sobredotação em função da interação de três componentes: a habilidade acima da média, a motivação ou compromisso com a tarefa e a criatividade. Em termos das habilidades, distingue as altas habilidades gerais (e.g. fluência verbal, raciocínio abstrato, relações espaciais) e as específicas (e.g. música, ciência, dança). O envolvimento na tarefa traduz-se no interesse, entusiasmo, determinação e pragmatismo, ou seja, uma motivação intrínseca de orientação para a realização. A criatividade define-se pela capacidade de analisar e construir produtos de uma forma original e inovadora, podendo a sua avaliação recorrer a produtos criativos e a questionários de autorrelato. Renzulli (1986) insiste na necessidade de se valorizar o indivíduo sobredotado por algo mais do que as suas habilidades, mediadas através de testes psicométricos. São as pessoas que produzem novos conhecimentos e que contribuem com obras socialmente valorizadas e reconhecidas, as que marcam a história e o progresso da sociedade. Assim, o mérito destas pessoas ultrapassa a mera reprodução e execução de ideias ou competências, sendo necessário atender a outro tipo de características e fatores na análise dos mecanismos subjacentes à sobredotação e à produção criativa, de índole pessoal e social, os quais permitirão, ou não, o desenvolvimento das habilidades potenciais dos indivíduos e a expressão da sobredotação (RENZULLI et al., 2003).
No campo da criatividade, importa destacar o trabalho recente de Lubart (2018), nomeadamente a introdução do conceito de potencial criativo, percebido como a capacidade de criar produções originais de acordo com as restrições das tarefas, sendo identificado talento nesta componente quando se verificam pessoas que ativam esse potencial e produzem trabalhos criativos com uma elevada frequência (BARBOT et al., 2016; BESANÇON et al., 2013). Estas pessoas manifestam um potencial tendencialmente diferente das pessoas com sobredotação intelectual e/ou académica, já que, além de manifestar habilidades cognitivas subjacentes às altas capacidades, manifestam outras igualmente importantes no campo da criatividade, que podem não corroborar os ideais comuns e tradicionais, passíveis de serem exigidos pelos contextos e sociedades em que se encontram inseridos.
Voltando à análise do Modelo dos Três Anéis, Renzulli (2002) concebeu a Operação Houndstooth de forma a incluir fatores não cognitivos numa ampliação do conceito de sobredotação. Neste quadro teórico e interventivo, torna-se mais visível a defesa da multidimensionalidade da sobredotação, em que o autor evidencia o impacto igualmente importante da inteligência como de outras variáveis pessoais e contextuais. Tais fatores são atributos pessoais que operam com a inteligência, criatividade e compromisso com a tarefa, e que são um acréscimo para o desenvolvimento das capacidades e talentos superiores em diferentes domínios de realização. Numa aproximação à Psicologia Positiva, entre estes novos fatores podemos mencionar o otimismo, a coragem, a paixão por um tema ou disciplina, o perfecionismo, a sensibilidade às temáticas humanas, a energia física/mental ou a visão/sentido de destino, havendo maior atenção a fatores do foro social e emocional destes jovens (REIS & RENZULLI, 2004). Assim fizeram Sierra et al. (2010), que salientam uma capacidade acima da média destes jovens no campo da inteligência emocional. Porém, são vários os estudos que verificam a habilidade superior de jovens com altas capacidades no campo emocional, comparativamente a jovens com desenvolvimento típico, nomeadamente na adaptabilidade (LEE, 2006; ZEIDNER et al., 2005) e na competência interpessoal (SCHEWEAN et al., 2006). Importa referir que a inteligência emocional, além de uma habilidade logicamente associada aos processos cognitivos, é também compreendida como uma dimensão da personalidade (Sainz et al., 2014).
Modelo Diferenciado da Sobredotação e Talento de Gagné
Segundo a perspetiva de Gagné (2004), as altas capacidades devem ser distinguidas, nomeadamente os conceitos de sobredotação e de talento. Para explicar essa diferenciação, o autor tem vindo a desenvolver o seu Modelo Diferenciado da Sobredotação e Talento (MDST). Este modelo diferencia a sobredotação do talento, considerando que a sobredotação é genética e está associada ao uso de habilidades naturais (dons) em pelo menos um domínio de habilidades ou aptidão, nomeadamente a intelectual, criativo, socioafetivo ou sensório-motor (GAGNÉ, 2004). Usando uma terminologia diferente, em artigo recente, Gagné (2018) considera importante analisar e distinguir aptidão de competência. Segundo o autor, as aptidões estão presentes no início de todos os processos de aprendizagem, e servem de alicerces para as competências adquiridas. O desenvolvimento de tais aptidões, em particular a sua transformação em altas capacidades e talentos, pressupõe contextos educativos (família, escola, comunidade) apropriados, possibilitando o entendimento que as altas capacidades têm na sua origem a inteligência, mas o seu desenvolvimento e expressão carecem de outras dimensões ou ingredientes pessoais e contextuais. Segundo o MDST, existem seis domínios distintos de aptidões: aptidões intelectuais (e.g. raciocínio abstrato, memória, perceção espacial), aptidões criativas (e.g. invenção, resolução de problemas, criatividade), aptidões sociais (liderança, facilidade social, persuasão), aptidões percetivas (e.g. acuidade visual e olfativa, cinestesia), aptidões musculares (e.g. força, velocidade, resistência), e aptidões de controlo motor (e.g. reflexos, destreza, equilíbrio).
Sendo importantes as aptidões de base, é certo que as competências e altas capacidades decorrem de processos de aprendizagem e de prática deliberada tendo em vista o aperfeiçoamento (GAGNÉ, 2017 e 2018). Este aspeto permite-nos aprofundar a diferenciação entre sobredotação e talento. Gagné (2009) define talento como o desenvolvimento sistemático de habilidades, pela aprendizagem e prática deliberada, que conduzem ao desempenho com mestria nalgum campo da atividade humana, por exemplo, técnico, artístico, desportivo ou científico, entre outros. Para que a sobredotação se desenvolva como talento, torna-se necessária a sua catalisação através de fatores intrapessoais e ambientais, a que Gagné (2004) acrescenta, ainda, o aproveitamento de oportunidades (fator sorte). A família e a escola são dois contextos desenvolvimentais por excelência das habilidades cognitivas das crianças e adolescentes. Estes fatores exercem a sua influência na herança genética, estando inerentes ao processo de desenvolvimento das habilidades naturais e sua tradução em competências e em realizações especificas (GAGNÉ, 2009).
Modelo Actiotope de Ziegler
No Modelo Actiotope da Sobredotação, procura-se melhor explicar o desenvolvimento da sobredotação e talento, valorizando a interação dinâmica entre o indivíduo e o ambiente. Ziegler et al. (2013) focam a sequência dos passos da aprendizagem e o planeamento das trajetórias específicas individuais conduzindo à excelência. Esta excelência deve-se essencialmente à qualidade específica de ações, em especial dos seus atributos, que funcionam de acordo com uma organização tridimensional. Esta organização caracteriza-se pela presença de ações parciais sequenciais, pela composição de ações múltiplas e paralelas, e a necessidade de regulação das mesmas a vários níveis. Contudo, importa também destacar o papel do ambiente nas ações, mais especificamente as suas componentes, como os elementos sociais, os recursos e os próprios settings (ZIEGLER, 2005).
Assim, atendendo ao presente modelo, a sobredotação e excelência é um estado de um Actiotope caracterizado por ações eficazes (ZIEGLER, 2005). Entende-se por Actiotopes ações ou possibilidades de atuação que são compreensíveis como resultado de três adaptações: i) a assimilação biológica desenvolvida pela espécie humana, conceptualizada em biótopes (topografias biológicas); ii) a aasimilação social fruto de associações sociais, que localizamos conceptualmente em sociotopes (topografia social); e iii) a assimilação individual realizada por indivíduos que podemos conceptualmente localizar em actiotopes (topografias de ações individualizadas). Nesta teoria emerge o conceito de ambientes eficazes de aprendizagem (ZIEGLER, 2008), ou seja, os sociotopes entendidos como configurações relativamente estáveis do meio ambiente, que exercem influência sobre as ações dos indivíduos. Mais concretamente, segundo o autor, a aprendizagem ideal baseia-se no principio da individualização, onde cada aprendizagem é diferenciada em função das características de cada aluno (ZIEGLER et al., 2010). Nesta linha, as altas capacidades ou sobredotação, e em particular os níveis excelentes de desempenho que os alunos possam apresentar em diversas áreas, estão necessariamente associados, não apenas ao potencial intelectual, mas também às competências desenvolvidas (ZIEGLER, 2005).
Modelo Tripartido de Pfeiffer
Pfeiffer (2015) propõe o modelo tripartido sobre a alta capacidade, fazendo emergir esse modelo da experiência clínica e da necessidade prática, tal como a componente cultural. Segundo a visão deste modelo, a sobredotação manifesta-se por crianças que demonstrem maior probabilidade, experiências e oportunidades em obter resultados e produções consideráveis em um ou mais domínios valorizados na sua cultura, em comparação com as crianças da mesma faixa etária (PFEIFFER, 2013). Em artigo mais recente, Pfeiffer (2019) reafirma que a manifestação do seu dom pode ser percetível em um ou mais domínios valorizados pela cultura e/ou sociedade. É no seguimento do seu trabalho junto de alunos talentosos que desenvolve o Modelo Tripartido, um modelo de fácil compreensão que respeita e inclui diferentes tipos de estudantes com altas capacidades, e não apenas aqueles que apresentam um QI elevado.
Este modelo possibilita conceber, identificar e intervir junto de crianças e jovens sobredotados a partir de três formas distintas, mas complementares, mais especificamente, a alta capacidade é vista através da ótica de alta inteligência, realizações de destaque/prestígio e potencial para um desempenho de excelência (PFEIFFER, 2019). Face à primeira forma de análise, as crianças e jovens poderão ser identificados de acordo com a sua alta inteligência, recorrendo a provas de avaliação de QI para analisar o seu potencial cognitivo, onde se comprove que a pessoa é mais avançada intelectualmente comparativamente com as pessoas da mesma faixa etária. Segundo esta perspetiva, alunos que preencham este critério habitualmente requerem meios académicos mais avançados e intelectualmente mais estimulantes, devendo haver uma resposta educativa de acordo com essas condições (PFEIFFER, 2019).
Face à segunda perspetiva, além de respeitar a noção da alta inteligência, é salientada a performance na sala de aula ou noutros contextos, sendo as produções o meio para identificação de sobredotação. Assim, segundo esta visão, a manifestação desta alta capacidade é analisada de acordo com as produções (por exemplo, análise de portefólios) e não se valoriza tanto os resultados de testes de QI. Neste campo destaca-se a criatividade como uma característica-base da manifestação de altas capacidades, tal como a motivação e persistência, além de outras características não intelectuais (PFEIFFER, 2012 e 2015). Atendendo a esta perspetiva, a intervenção junto destes alunos passará por delinear um plano curricular bastante desafiante e enriquecedor, não havendo necessidade de enfatizar o ritmo acelerado e/ou avançado, como no caso da intervenção da primeira perspetiva (PFEIFFER, 2012, 2015 e 2019).
Por último, a terceira forma de análise tem em conta as condições ambientais subjacentes ao desenvolvimento de altas capacidades. Segundo o autor, existem pessoas com potencial para se destacar, porém, não tiveram oportunidade e condições suficientes para obter estimulação intelectual adequada (PFEIFFER, 2013). Assim, esta perspetiva atende à condição de previsão para identificar alunos com alto potencial que poderão ser excecionais quando têm a estimulação e recursos para tal. Assim, para estes alunos, importa proporcionar um ambiente estimulante com estratégias pedagógicas ajustadas ao seu perfil, para que ao longo do tempo seja percetível o seu potencial superior ao seu grupo de pares (PFEIFFER, 2015).
Em síntese, compreende-se que a inteligência continua a ser um fator crucial, mas não é suficiente para explicarmos o surgimento e expressão da sobredotação. Como tal, a sua avaliação e identificação justifica recurso a técnicas e procedimentos que abarquem a sua multidimensionalidade. Por outro lado, tendo-se igualmente destacado a importâncias de variáveis contextuais, em particular as condições educativas favoráveis, é fundamental a implementação de programas de apoio à família e à escola, assim como metodologias de ensino específicas por parte dos professores, que possam em conjunto possibilitar a expressão da sobredotação e a sua rentabilização em níveis elevados de aprendizagem e desempenho académico e profissional. O potencial elevado é necessariamente escasso, mostrando a evolução socioeconómica e tecnológica que são mais pobres os países e as sociedades que não o estimulam ou desenvolvem.
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Autor: Alberto Rocha