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    Arendt, Hannah [Dicionário Pedagógico]

    Hannah Arendt foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX. Nasceu a 14 de outubro de 1906 em Linden, Alemanha. Quando tinha apenas três anos Hannah, seu pai e sua mãe voltaram para Köningsberg (Prússia), de onde vieram os seus antepassados. Após a morte de seu pai, em 1913, foi educada de forma bastante liberal por sua mãe, que tinha tendências social-democratas. Através dos seus avós, conheceu o conceito de «judaísmo-reformista» e apesar de não pertencer a nenhuma comunidade religiosa, sempre se considerou judia. Em 1924, iniciou os seus estudos na Universidade de Marburg, onde foi aluna de Martin Heidegger, com quem estabeleceu um complicado relacionamento amoroso, uma vez que este era casado. Em 1926, trocou para a Universidade de Freiburg e em 1928 doutorou-se em Filosofia, na Universidade de Heidelberg com a tese «O Conceito de Amor em Santo Agostinho». Em 1929, ganhou uma bolsa de estudos e mudou-se para Berlim, onde reencontrou Günther Anders, que conhecera em Malburg e que se tornou o seu primeiro marido (cujo casamento durou apenas 8 anos). Em 1933, quando Heidegger (uma das suas grandes influências) aderiu ao nazismo, Arendt afastou-se da filosofia para lutar pela resistência antinazista. Nesse mesmo ano foi presa apenas por oito dias e logo depois resolveu deixar o seu país natal. Mudou-se para Paris, onde permaneceu durante seis anos, a trabalhar como assistente social, atendendo a crianças judias expatriadas. Em 1940, casou-se com o filósofo Heinrich Bluecher e após a ocupação da França pelos nazis, foi obrigada a mudar-se novamente. Teve uma curta estadia em Portugal e em seguida fixou-se nos Estados Unidos. Hannah foi jornalista, professora universitária e autora, entre outras profissões. Faleceu a 4 de dezembro de 1975.

    Obras e conceitos

    Em 1963, Arendt escreveu a obra «Eichmann em Jerusalém» com base nos relatos que escreveu para a revista «The New Yorker» sobre o julgamento de Adolf Eichmann, tenente-coronel, envolvido no Holocausto. Nela explica que Eichmann não possuía um histórico ou traços antissemitistas, nem características de um caráter distorcido ou doentio, somente agiu segundo o que acreditava ser o seu dever, cumprindo ordens superiores e movido pelo desejo de ascender na sua carreira profissional. Cumpria ordens com eficiência, sem sequer refletir sobre o Bem ou o Mal que as suas ações pudessem causar. Com base nestas observações, Hannah criou o conceito de «Banalidade do Mal». Arendt defende assim que devido à massificação da sociedade, criou-se uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, cumprindo assim ordens sem questionar.

    O mal torna-se assim banal. Hannah também aplica este conceito aos judeus que se submeteram aos nazis ou cumpriram as suas ordens sem questionar, o que fez com que esta fosse alvo de críticas.

    Em 1952 Arendt escreveu o livro «As origens  do totalitarismo» (originalmente chamado «O Fardo de Nossos Tempos»), nesta obra, Arendt examina as origens históricas e as características políticas dos principais regimes totalitários do século XX, o nazismo e o estalinismo. Arendt analisa o totalitarismo como uma “nova forma de governo” que difere essencialmente de outras formas de opressão política que conhecemos (como por exemplo a ditadura), na medida que usa o terror para subjugar grandes massas populacionais e não apenas adversários políticos. Segundo Arendt, a perseguição aos judeus foi um pretexto para ganhar as massas, afinal, o totalitarismo na Alemanha resumiu-se ao terror e não só à erradicação dos judeus. Arendt traz no seu conceito sobre totalitarismo o grande colapso da moralidade neste regime: os aspectos desumanos oriundos dos governos nazis e estalinista. Para a autora, ninguém deseja efetivamente ser “o mal”, e que ao agir assim está em contradição consigo mesmo “com a sua própria razão e por isso deve desprezar-se”. Também considera que todos os preceitos e crenças morais ficaram de lado durante o tempo do sistema totalitário, pois “temer a Deus” ou “inferno e castigo divino” não eram medos na época.

    Estratégia de Ação Pedagógica: Visualização do filme: Hannah Arendt, de Margarethe von Trotta

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